Pense numa preciosidade linda, magnífica e maravilhosa de álbum! "Uuuhhh! Talvez nem seja tudo isso aí, hein, meu brother!"; pois para mim é tudo isso e muito mais! Violence, o quarto álbum dos estadunidenses do Nothingface é uma síntese perfeita do que aprecio muitíssimo num bom disco de metal alternativo. A banda foi uma das pioneiras do experimentalismo metaleiro que logo depois seria conhecido como nu-metal, contudo, acho que o som desses camaradas não se restringe de maneira específica a esse rótulo. O metal alternativo dos inícios dos anos 2000 ainda trazia muitos elementos bem característicos dos anos 90: o metal industrial, o groove do Helmet e a simplicidade dinâmica do punk. Violence traz tudo isso e embeleza a parada com linhas vocais melodicamente extraordinárias do falecido Matt Holt, que estava inspiradíssimo nesse trabalho. Este disco me acompanhou num discman em muitas viagens ao trabalho na minha adolescência; tenho uma memória ultra afetiva com ele. Pesado, dinâmico, melódico, com groove, simples e direto; o melhor disco da banda e um dos melhores do metal alternativo em geral! 💥
Seguindo aquela vibe de similaridades estéticas ao estilo Helmet, trago neste fim de mês cansativo, miserável e tedioso, uma banda deliciosa para salvar o dia e que provavelmente é desconhecida da maioria; eis os estadunidenses do Dragpipe. Assim como os seus coleguinhas musicais das minhas postagens anteriores, esta banda bombástica lançou apenas um único álbum, fez um relativo sucesso na cena do rock alternativo e depois evaporou-se. Music For The Last Day Of Your Life traz no título o destino da própria banda; nos trouxe essa bolacha magnífica e deu tchau e benção! O álbum também entra para o rol dos trabalhos de disco único que nos deixa com um gostinho de quero mais eterno. Metal alternativo meio pós-grunge, meio stoner rock, meio nu-metal, etc e tal, com groove gostoso, peso gostoso e experimentalismo gostoso. Simples, dinâmico, sem enrolação, o básico bem feito e com atitude, quase um punk do deserto em um road movie. Cru, pesado, sujo e com a ferocidade indiferente dum niilista bêbado chutando lixeiras à noite numa cidade podre. Eu gosto, eu curto! 💥
Dragpipe - (2002) Music For The Last Day Of Your Life:
Headstrong foi uma banda de alt-rock canadense formada em 1998. Lançaram um único álbum de estúdio homônimo pela RCA Records antes de serem retirados da gravadora e finalmente se separarem em 2003. Este é mais um caso, como a da postagem anterior, onde temos uma excelente banda que lança um único excelente disco e logo depois dão tchau e benção para o mundo artístico, e aí ficamos eternamente só com aquele gostinho insaciável de quero mais. Headstrong é um discaço pouco conhecido pelos fãs de metal alternativo. Eu mesmo só vim conhecê-lo muito tempo depois. Temos aqui a pegada simples e direta, crua e pura, dinâmica e certeira, que sempre aprecio em uma banda que saber fazer muito com pouco. Sem muitos efeitos e ambientações de produção, a banda entregou um trabalho pesado, repleto de swing, melodia e agressividade bombásticas que empolgam o bom apreciador de groove com rock pauleira. Herdeiros de influências noventistas na pegada dum Helmet, Rage Against The Machine, TOOL, 311, etc, este trabalho se tornará também um dos favoritos de entusiastas dessas coisas, assim como eu. 💪
Um disco lindo do meu Deus! Uma representação absoluta do que mais amo num excelente álbum de rock alternativo. Trabalho pouquíssimo conhecido e desprezado pelos conhecedores do gênero. Temos aqui o estupendo primeiro e único disco oficial, intitulado Waste Of Skin, da já extinta banda estadunidense Spike 1000. Na verdade este seria a segunda bolacha deles, mas a primeira mesmo eu nem considero, pois ela tem uma porção de músicas que foram regravadas aqui com uma qualidade muito melhor. A banda foi formada no início dos anos 90 em Bakersfield, CA (a mesma cidade natal do Korn) e foi forçada a ser paciente enquanto várias bandas ao redor deles cresciam e alcançavam a fama antes mesmo de serem reconhecidas. Liderada pela vocalista Shannon Harris, que quase pode ser confundida com uma voz masculina no disco pelo seu timbre rouco (e eu adoro esses timbres roucos femininas), a banda ainda contava com Bill Thompson na guitarra, "Mfat" no baixo, e Jeff Jones na bateria. Se você curte uma pegada ao estilo Helmet, cheia de groove e com peso, simples e direta, aqui o prato está supimpa!
Suponhamos que numa suave tarde dum sábado de fim de julho você sinta uma inexplicável vontade de voltar àquele vibe noventista meio grunge, meio entorpecente e descoladamente desbotada. Você instalou-se na varanda da sua casa, pegou a sua breja geladinha e vestido com uma camisa xadrez sintonizou-se nas vibrações dum "smells like teen spirit", e a trilha sonora dessa fantasia singela surge flutuando na maciota dos dados eletrônicos dum velho blog companheiro de dicas musicais. Pow! Fell It All Around, o debut album dos estadunidenses do Soul Blind ressuscitam corpos da Seattle dos anos noventa e os transportam para a New York da década dos twenty-twenty envoltos de modernidade, estilo e vaporwave. Tem aquelas guitarras encorpadas e com pesos bem controlados, tem aquelas microfonias experimentais ruidosas nirvanísiticas, tem riffs no groove dum Helmet, e tem vocais brisados e dopados na pegada Silverchair, então, tá tudo em casa. E dá-lhe vapor, dá-lhe flutuações atmosféricas, dá-lhe brisas enevoadas e psicodelias nostálgicas. Pegue outra gelada e simbora! 👍