segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Madame Saatan - (2011) Peixe Homem


Outra banda brasileira que veio, mostrou para o que veio e deixou saudade. A banda de Belém do ParáMadame Saatan, foi mais uma que trouxe um novo e empolgante fôlego para a produção do rock brasileiro. É uma pena que essa também já finalizou suas atividades, e esperamos que um dia retornem. Temos aqui um delicioso rock pauleira com a combinação de elementos que o deixam com a cara dum metal alternativo bem característico do final dos anos 90 e começo dos 2000. Para mim fica entre coisas como um Helmet com pegadas thrash e modernidades estruturais dum nu-metal, e letras que refletem o cotidiano do regionalismo brasileiro do norte. A banda conseguiu misturar muito bem o peso do metal com um lado mais apresentável ao mercado mainstreamPeixe Homem é o segundo álbum da banda. Um dos seus grandes destaques é a frontgirl, a lindíssima Sammliz, com sua voz ímpar carregada do sotaque paraense e de muito poder interpretativo e que queira ou não queira, lembra-nos da baiana Pitty. Essas bandas de metal com lindas mulheres na linha de frente sempre nos deixam apaixonados! 🐟

Madame Saatan - (2011) Peixe Homem:

01 Respira
02 Fúria
03 Até O Fim
04 Sete Dias
05 A Cicatriz
06 Invisível
07 A Foice
08 Moira
09 Rio Vermelho
10 Insônia
11 Sonâmbula
12 Sombra Em Você

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sábado, 22 de janeiro de 2022

Tolerância Zero - (2000) Ninguém Presta


Ao dar o play nesta bolachinha de hoje, aconselho que primeiramente tirem as crianças da sala. A bagaceira aqui é de lascar! Os ouvidinhos hipersensíveis da geração politicamente correta atual não passariam da primeira faixa. Se você é daqueles que gritam "fascismo" para todos os lados ao ouvir aquilo que não gosta, fuja deste disco. As letras são um tabefe bem forte na cara da sociedade! Não à toa o nome desta banda brasileira do interior paulista é Tolerância Zero. Aqui não tem massagem! O seu primeiro disco Ninguém Presta teve a produção de Carlo Bartolini (Paralamas Do Sucesso, Ira!) e conta com participações especiais de Andreas Kisser, João Gordo e Pavilhão 9. O som desses camaradas é uma mistura de hardcore, nu-metal e rock pauleira à la brasileira. Atualmente esse trabalho é considerado um clássico pelos apreciadores do gênero. A música título do disco, apesar da letra que muitos consideram pesada, foi a de maior repercussão, participou duma coletânea da revista Trip, de parte da trilha sonora do filme O Invasor, e teve um vídeo clipe dirigido por Beto Brant. 💀

 Tolerância Zero - (2000) Ninguém Presta:

01 Ninguém Presta
02 Quem É Normal [Feat. Pavilhão 9]
03 Bueiro Do Mundo
04 Azar
05 Porcúntroço [Feat. João Gordo & Andreas Kisser]
06 Magnata
07 Tiro Na Têmpora
08 Escrotidão
09 Poço
10 Peso Do Ódio
11 Morto [Feat. Maguerbes]
12 Lixo
13 Problema Seu
14 Podridão

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Charlie Brown Jr. - (1997) Transpiração Contínua Prolongada


Charlie Brown Jr. foi uma das bandas mais famosas do rock brasileiro e dispensa qualquer apresentação. Se o seu frontman ultra carismático e líder do grupo Chorão, e o talentosíssimo baixista Champignon, não tivessem falecido de forma trágica, é certo que o grupo estaria até hoje lançando mais e mais singles de sucesso. A criatividade da rapaziada era sem limites! Transpiração Contínua Prolongada é o seu primeiro trabalho e nasceu naquele espírito noventista que muito produziu os melhores discos do rock nacional, e nele está vários dos hits que continuam os melhores da banda até hoje. Charlie Brown Jr. é uma das minhas bandas favoritas do rock brasileiro, e apesar de eu não apreciar muito as letras do Chorão, o que sempre me impressionou é a qualidade estupenda, o talento e a tecnicidade dos instrumentistas. A parte instrumental é foda demais da conta! Numa mistura de funk rock cheio de malemolências, gingados, guitarras melosas e plásticas de wah-wah, referências ao Rage Against The Machine e Suicidal Tendencies, esse disco não pode passar desapercebido para o ouvinte da música brasileira. 😎

 Charlie Brown Jr. - (1997) Transpiração Contínua Prolongada:

01 Tributo Ao Frango Da Malásia
02 O Côro Vai Comê!
03 Tudo Que Ela Gosta De Escutar
04 Sheik
05 Hei! Arreia...
06 Gimme O Anel
07 Molengol's Groove
08 Aquela Paz
09 Quinta-Feira
10 Proibida Pra Mim
11 Lombra [Feat. PMC]
12 Corra Vagabundo
13 Falar, Falar
14 Festa
15 Escalas Tropicais
16 Charlie Brown Jr.

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Los Hermanos - (1999) Los Hermanos


Amados por uns e odiados por outros, e, independente de você amá-los ou odiá-los, o fato é a banda carioca Los Hermanos criou uma fórmula musical dentro do pop rock brasileiro que é incansavelmente copiada por praticamente todos os artistas brasileiros da nova já velha onda indie. Bem, eu sou um dos que aprecia muito o trabalho dessa rapaziada. E o primeiro álbum da banda autointitulado, Los Hermanos, tem todos os elementos que fazem dele um ótimo disco de rock brasileiro, e que está entre os meus favoritos da safra noventista a qual homenageamos nesse mês. Seu single de absoluto sucesso, e hoje renegado pela banda devido ao seu empapuçamento midiático e outros, Anna Júlia, continua uma das mais belas músicas que o pop rock já produziu. E não só o single carrega grande beleza, pois as outras canções do álbum ainda são muito mais interessantes ainda. Temos um rock alternativo muito bem tocado em belíssimos, simples e criativos arranjos; uma produção bacaníssima; letras que fogem do besteirol habitual dos anos noventa e trazem um lado romântico, divertido e descontraído. Eu gosto! 🤡

 Los Hermanos - (1999) Los Hermanos:

01 Tenha Dó
02 Descoberta
03 Anna Júlia
04 Quem Sabe
05 Pierrot
06 Azedume
07 Lágrimas Sofridas
08 Primavera
09 Vai Embora
10 Sem Ter Você
11 Onze Dias
12 Aline
13 Outro Alguém
14 Bárbara

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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

O Surto - (2000) Todo Mundo Doido


Como dito anteriormente, os anos 2000 ainda traziam o espírito estético das avacalhações e esculhambações dos experimentalismos noventistas. E a banda cearense O Surto foi mais uma das que nesse período fez sucesso e trouxe muito divertimento para nossos ouvidos. Iniciou suas atividades em 1994 na cidade de Fortaleza, contando com os integrantes: Reges Bolo no vocal, Zé Wilclei na guitarra, Franklin Roosevelt no baixo e Jucian Carlos na bateria, esses vindos de Natal, Rio Grande Do Norte. A banda lançou seu primeiro trabalho autointitulado independente em 1997. O sucesso da bolacha fez com que a banda se apresentasse no Skol Rock Festival de 1998, sendo ovacionado como a melhor apresentação do festival. A boa apresentação despertou o interesse da gravadora Virgin, que convidou a rapaziada para fazer parte de seu casting. A banda rumou para São Paulo, conheceu os integrantes dos Raimundos e abriu vários shows deles. Em 2000, lança o álbum Todo Mundo Doido, produzido por Rick Bonadio. E eis que surge mais um dos meus álbuns favoritos do rock brasileiro! 🤘

 O Surto - (2000) Todo Mundo Doido:

01 A Hempadura
02 A Cera
03 Hip-Hop Repente
04 Zarôia
05 Tudo É Possivel
06 P.Q.N.T.M.T.
07 Doido
08 Cangsta
09 Iô Iô
10 A Hempadura (Light)
11 Norte E Sul

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Lampirônicos - (2001) Que Luz É Essa?


No começo dos anos 2000 a experimentação estética do rock brasileiro dos anos 90 ainda continuou rendendo muitos frutos. E os baianos dos Lampirônicos é um exemplo delicioso desses novos e já velhos sabores saborosos da época. É uma pena que bandas como essa tiveram duração tão curta. Duraram pouco, mas deixaram discos que para mim entraram na lista de melhores trabalhos de todos os tempos na história do rock brasileiro. Que Luz É Essa? é o primeiro álbum do grupo, lançado em 2001 ainda traz muito do espírito descontraído e experimental dos anos 90. Aqui o rock se mistura técnica e lindamente com o forró, o baião, a música caipira e outros tradicionalismos regionalistas culturais. Tudo isso num corpo musical comercial e ao mesmo tempo alternativo. Traz duas versões musicais gostosamente atualizadas de Raul Seixas e Alceu Valença, respectivamente Que Luz É Essa?Espelho Cristalino. Aqui a letras já superam aquela onda besteirol noventista e apresentam reflexões e aspirações mais sublimes. Se tu não conheces ainda esse belíssimo exemplar da música brasileira, o convite agora está feito! 💡

 Lampirônicos - (2001) Que Luz É Essa?:

01 Aboio Nova Era
02 Que Luz É Essa?
03 Pop Zen
04 Olhou Pro Céu
05 Logo Eu
06 Baxô Caboco
07 Mestiça Raiz
08 Curupira
09 Forró Dos Dois Irmãos
10 Céu De Reis
11 Espelho Cristalino
12 Seo Zé
13 Zeca Diabo
14 Rochas Estelares

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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Os Virgulóides - (1997) Virgulóides?


Nos anos noventa a moda era fazer um rock tropicalista repaginado nos tatibitates estéticos da cultura brasileira. Misturava-se rock com samba, com axé, com forró, com rap e com o que mais a criatividade sem limites do brasileiro aprovasse. A avacalhação aqui sempre foi uma forma de anarquismo, e o besteirol nas letras eram uma sátira cheia de ginga para ao mesmo tempo dar à música um corpo comercial e um conteúdo implícito e socialmente crítico. O brasileiro sempre soube rir da própria desgraça! E da alheia também, rsrsrs! Os paulistas do Os Virgulóides são mais uma banda de sucesso desse período do rock besteirol. Virgulóides? é o primeiro trabalho desse power trio sacanagem. Muito bem tocado; arranjos bacaníssimos misturando rock com samba; letras divertidíssimas e inteligentes que usam e abusam do duplo sentido, da ironia e do cinismo; um disco leve, com swing e com o peso do rock. Eu diria que Os Virgulóides são muito punks ao seu modo. Hoje considero este um dos meus discos favoritos do rock brasileiro, mas na época eu torcia o nariz para ele do alto da minha soberba headbanger😆

 Os Virgulóides - (1997) Virgulóides?:

01 Bagulho No Bumba
02 House Da Madame
03 Zoião De Sapo Boi
04 Festa Na Dona Teta
05 Médico Safado
06 Sebunda-Feira
07 Dum Dum
08 Salve O Cabra-Macho
09 Nego Velho (O Mano Véio)
10 Raimunda
11 Qué Picá

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domingo, 9 de janeiro de 2022

Ostheobaldo - (1998) Passa O Corredor


Meus camaradas, este disco aqui é legal pra caralho! Fodástico! Pelo menos, assim é o que acho sobre ele. E é um dos meus discos favoritos de rock brasileiro. Cresci na cultura dos anos oitenta e noventa, e a música apresentada aqui pela extinta banda carioca Ostheobaldo é bastante sintética da versatilidade criativa e estética que permeava o que estava na moda do rock nacional naquele período. É uma pena que Ostheobaldo tenha lançado apenas dois discos e logo depois finalizou suas atividades. A banda posteriormente trocando de vocalista na saída de Jonny e tendo a entrada de Egypcio, torna-se o bacaníssimo Tihuana; banda também de sucesso nacional. Passa O Corredor, o segundo álbum do grupo, traz a típica mistura de ritmos que muito tem a ver com a habilidade dos músicos brasileiros de juntar elementos dos mais diversos possíveis num amálgama coeso de diversão e originalidade. O rock pauleira com influências do nascente nu metal aqui se encontra com a descontração dum funk carioca, dum samba, do hip-hop e da música nordestina. O disco tem um groove potente que me impressiona até hoje! 😜

 Ostheobaldo - (1998) Passa O Corredor:

01 Preta Véia
02 El Cafetón
03 Quando Eu Contar Até Três
04 Docemá
05 Povo De Roma
06 Remenex (Vinheta)
07 Tô Na Boa
08 Tá Na Mente
09 Nêga
10 Que Q'Eu Vou Fazer?
11 Os Mortos Não Falam
12 Corre Vicente
14 Passa O Corredor

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O artista não possui página oficial na internet.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Raimundos - (1995) Lavô Tá Novo


Eis mais um daqueles discos de rock brasileiro noventista que hoje em dia soa extremamente ofensivo aos ouvidinhos sensíveis duma geração doutrinada na submissão do politicamente correto. A misoginia provocativa, a masculinidade tóxica, a putaria doida, a satirização social, a ironia sem limites, o sarcasmo tresloucado em parodizações do forró safadão dos anos oitenta e noventa num punk hardcore violento com melodias influenciadas e homenageadoras dos clássicos do Ramones, está tudo junto e misturado no caldeirão porra-louca dos brasilienses dos Raimundos. Já virou uma banda clássica no universo do rock brasileiro. E perto do que o funk carioca faz hoje em dia nas suas letras, isso aqui é feijão com arroz do puritanismo! Lavô Tá Novo, o segundo disco da banda, foi o trabalho que deu repercussão nacional ao seu talento. 100% da fórmula estética criada aqui foi e é repetida e copiada por um montão de outras bandas brasileiras até hoje. Rock brasileiro virulento, potente, divertido duma e numa época em que não era necessário levar-se tão a sério. Aprendam com o Raimundos, novas bandas! 😃

 Raimundos - (1995) Lavô Tá Novo:

01 Tora Tora
02 Eu Quero Ver O Oco
03 Opa! Peraí, Caceta!
04 O Pão Da Minha Prima
05 Pitando No Kombão
06 Bestinha
07 Esporrei Na Manivela
08 Tá Querendo Desquitar (Ela Tá Dando)
09 Sereia Da Pedreira
10 I Saw You Saying (That You Say That You Saw)
11 Cabeça De Bode
12 Herbocinética

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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Sepultura - (1996) Roots


Feliz 2022! Comecemos os trabalhos! Apesar de eu apresentar muitos grooves, swings, balanços e malemolências do mundo soul por aqui, a verdade é que meu gênero musical favorito é o rock pauleira, rsrsrs. Toda minha educação musical foi originalmente moldada pelo metal, e a banda brasileira Sepultura faz logicamente parte dessa história. Roots é o seu sexto álbum e o que lhes deu uma ainda maior apreciação mundial. A originalidade aqui surpreendeu os gringos e fez metaleiros brazucas tradicionalistas da década de noventa torcerem o nariz. Ninguém entendeu nada, e o Sepultura apontou para o futuro! A estética criada aqui é copiada até hoje por milhares e milhares de bandas no mundo todo. O metal tradicional juntava-se ao balanço do baião, da capoeira, da batucada afro-indígena e ao industrialismo eletrônico experimental do nascente nu-metal. A atmosfera do disco ainda é impressionante, pois parece que estão tocando dentro duma selva! Tem participação especial de Mike Patton, Jonathan Davis e Carlinhos Brown como assessor de percussão. E eu tinha apenas quinze anos quando vi tudo isso acontecer! 🌿

 Sepultura - (1996) Roots:

01 Roots Bloody Roots
02 Attitude
03 Cut-Throat
04 Ratamahatta [Feat. Carlinhos Brown]
05 Breed Apart
06 Straighthate
07 Spit
08 Lookaway [Feat. Mike Patton & Jonathan Davis]
09 Dusted
10 Born Stubborn
11 Jasco
12 Itsári
13 Ambush
14 Endangered Species
15 Dictatorshit

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"Brazilian culture is so hardcore!"


E o pau come!


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