É difícil ouvir um disco dos pernambucanos do celebrado Cordel Do Fogo Encantado e não ser inundado na mente por uma imagética repleta de atmosfera circense. Não foi à toa que batizaram sua segunda bolacha de O Palhaço Do Circo Sem Futuro. Parece-nos que esta banda originalmente nasceu num circo, mas nem sei se assim foi; sei que a energia que sua música emana transparece e transpira essa força orgânica de malabarismos técnicos e profissionais, e de dramas teatrais esbravejadores de poesia dum picadeiro. O som parece que é feito no meio da rua, numa praça pública com transeuntes ambientando massas de conversas dum dia de feira, e com miríades coloridas de festividades e danças. Sem deixar nada a dever ao seu primeiro trabalho, neste álbum o ritmo carnavalesco regionalista nordestino segue a mesma linha de macumba batuqueira implementada com violões apimentados e ferozes. O título do álbum sugere algo aparentemente melancólico, mas a verdade é que o disco tem muitas passagens fortes e intensas, carregadas de teatralidades e expressões performáticas. Bem maluco!
Cordel Do Fogo Encantado - (2002) O Palhaço Do Circo Sem Futuro:
01 Os Anjos Caídos (Ou A Construção Do Caos)
02 A Construção Do Caos
03 Nossa Senhora Da Paz (Ou O Trapézio Do Sonho)
04 Na Veia
05 A Árvore Dos Encantados (Ou Recado Da Ororubá)
06 O Palhaço Do Circo Sem Futuro (Ou A Trajetória Da Terra)
07 Devastação Da Calma (Ou A Tempestade)
08 Tempestade (Ou A Dança Dos Trovões)
09 Quando O Sono Não Chegar
10 Dos Três Mal-Amados (Palavras De Joaquim)
11 A Matadeira (Ou No Balanço Da Justiça)
12 Cavaleiros Do Fogo Da Origem (Ou A Comédia Dos Erros)
13 Britadeira (Ou Flores Pedra Solidão)
14 Ejetir Xenupre Jucrêgo (Ou Espírito Índio Negro)
15 O Espetáculo
16 Vou Saquear A Tua Feira
17 O Fim Do Segundo Ato
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