quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Hexstatic - (2000) Rewind



Rewind é o primeiro álbum do Hexstatic, lançado pela Ntone (gravadora irmã da Ninja Tune) em março de 2000. A capa do álbum apresenta um computador doméstico de 1980, o Sinclair ZX80. Só esta linda e fofo capinha já me faria postar esse disco por aqui. Hexstatic é uma dupla de música eletrônica inglesa, composta por Stuart Warren Hill e Robin Brunson, especializada na criação de efeitos eletro audiovisuais. Formado em 1997, depois que Hill e Brunson se conheceram durante a produção de elementos visuais para a festa de lançamento do Channel 5. Esses DJ's são obviamente apaixonados pelo estilo electro gerado nos anos 80, quando o som original do hip-hop do Bronx encontrou o som avant-eurodisco do Kraftwerk. O som era inovador na época e, uma década e meia depois, tornou-se um modelo notavelmente durável para futuras explorações. A bolacha se desenvolve em experimentos de sequenciadores melódicos, sons de sintetizador em batidas que soam como brincadeiras vespertinas de jogos de videogame, e piruetas robóticas carregadas de samples nostálgicos em loops digitais. Confira aí essa doideira!

Hexstatic - (2000) Rewind:

01 Rewind Intro
02 Communication Break-Down
03 Deadly Media
04 Ninja Tune
05 Kids Can Dance
06 Vector
07 The Horn
08 Robopop
09 Auto
10 Machine Toy
11 Bass Invader

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Hexstatic

Siga o fluxo!

terça-feira, 29 de outubro de 2019

The Chemical Brothers - (2019) No Geography


Estes camaradas definitivamente não sabem fazer disco ruim! No Geography é o décimo-primeiro álbum dos super DJ's britânicos do The Chemical BrothersA estrutura molecular dos vários álbuns do The Chemical Brothers tem tipicamente uma de duas formas: odisseias impetuosas e psicodélicas em rave retrô, ou incursões espalhadas em pop-rock e hip-hop, auxiliadas por rappers envelhecidos e folclóricos sabores do rock britânico. No Geography é um álbum mais festivo e feito sob medida para dançar gostosamente por todo e qualquer ambiente. Não é exagero afirmar que esse álbum é um dos mais divertidos que a dupla já lançou nesta década. Mesmo com títulos de músicas como Mad As Hell (MAH) e Free Yourself, este não chega a ser um álbum político, apesar de a arte da capa ter um tanque de guerra enfrentando nuvens cor-de-rosa que formam um rosto pateta e ameaçador. The Chemical Brothers ainda produz arte alto-astral em um momento de grande insegurança cultural e global; nunca houve um momento mais tentador para se perder em sua sobrecarga sensorial.

The Chemical Brothers - (2019)  No Geography:

01 Eve Of Destruction
02 Bango
03 No Geography
04 Got To Keep On
05 Gravity Drops
06 The Universe Sent Me
07 We've Got To Try
08 Free Yourself
09 MAH
10 Catch Me Im Falling

Deguste um fluxo (faixa Eve Of Destruction):



Dance! (faixa Got To Keep On):



The Chemical Brothers sendo The Chemical Brothers (faixa We've Got To Try):



Eles estão entre nós! (faixa Free Yourself):



Visite a página do artista: The Chemical Brothers

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Asian Dub Foundation - (1995) Facts And Fictions


Esta bolachinha de hoje é o álbum de estréia do grupo britânico Asian Dub Foundation, lançado em 1995. Facts And Fictions incorpora elementos dos mais variados estilos numa base consistente que mais ou menos delineia seu som numa pegada irreverente do dub. Você pode ouvir a influência do dub na maneira como a música é montada; você pode ouvir hip hop, jungle e bhangra em seu material rítmico, rock nas guitarras e música tradicional bengali e do norte da Índia em outras amostras que vão fluindo naturalmente. A mixagem resultante é algo incrivelmente único e atraente. Facts And Fictions é um experimento interessante onde podemos ouvir o Asian Dub Foundation iniciando suas panfletagens políticas em forma de música nos mesmos moldes dum Rage Against The Machine; tipo de manifestação musical muito na moda nos meados dos anos 90. Inclusive, o som desses camaradas se parece bastante com o do RATM, mudando apenas a linha instrumental que no lugar dum rock influenciado pela estética setentista, dá espaço amplo para uma música eletrônica descolada e super eclética.

Asian Dub Foundation - (1995) Facts And Fictions:

01 Witness
02 PKNB
03 Jericho
04 Rebel Warrior
05 Journey
06 Strong Culture
07 TH9
08 Tu Meri
09 Debris
10 Box
11 Thacid 9 (Dub Version)
12 Return To Jericho (Dub Version)

Deguste o fluxo:



Visite a página do artista: Asian Dub Foundation

domingo, 27 de outubro de 2019

Atari Teenage Riot - (1999) 60 Second Wipe Out


Seguindo a temática da postagem anterior, apresento-lhe mais um dos grandes representantes da mistura de punk rock e música eletrônica. Atari Teenage Riot, grupo alemão que produz um som infernal, barulhento, intimidador feito para incomodar. É o trabalho da estética da feiura e da anti-música; a atitude punk levada ao extremo junto à eletronicidade esquizofrênica e industrial. Música de maluco! 60 Second Wipe Out é o terceiro álbum deles. Chiados ininterruptos, microfonias angustiantes, estáticas radiofônicas e televisivas ensurdecedoras, gritos femininos desafinados e muitos impropérios revoltosos em forma de cantos raivosos e panfletos de manifestantes baderneiros. Enfim, um punk rock cibernético duma distopia claustrofóbica e diabólica. No site da banda há um frase interessante que sintetiza a proposta de sua música: "Atari Teenage Riot are the glitch in the system". Anárquico e perturbador em sua essência, eles fazem um som que não agrada qualquer um. A versão que lhe trago aqui para download é uma japonesa com três faixas bônus; a versão original tem apenas treze músicas.

Atari Teenage Riot - (1999) 60 Second Wipe Out:

01 Revolution Action
02 By Any Means Necessary
03 Western Decay
04 Atari Teenage Riot 2
05 Ghost Chase
06 Too Dead For Me
07 U.S. Fade Out
08 The Virus Has Been Spred
09 Digital Hardcore
10 Death Of A President D.I.Y.I
11 Your Uniform (Does Not Impress Me)
12 No Success
13 Anarchy 999
14 Paranoid
15 Sex Law Penetration
16 No Success (Digital Hardcore Remix)

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Atari Teenage Riot

sábado, 26 de outubro de 2019

Mindless Self Indulgence ‎- (2008) You'll Rebel To Anything


Mindless Self Indulgence é uma das primeiras bandas a misturar malucamente sons industriais com punk-rock e techno. A música deles pode ser encontrada em qualquer lugar em que você olha. Está estampada em milhares de trilhas sonoras de filmes e comerciais. As músicas são pura bagunça e doideira. Basicamente, eles tocam uma música industrial, com letras bizarras feitas por membros ainda mais bizarros. Se você já viu as fotos deles, viu um vocalista com um metro e oitenta de altura, cabelo rosa e espetado, ao lado das mulheres em roupas de sadomasoquismo. Eu simplesmente não sei dizer o que é mais estranho, os músicos ou a música. You'll Rebel To Anything me parece que é o oitavo álbum da banda, e esta versão que lhe apresento aqui é uma remasterizada e expandida com uma capa diferente. É álbum feroz com um instrumental descompromissado com a virtuose, intenso e muita vezes barulhento em seus experimentalismos eletrônicos. No final, ficamos com um álbum industrial que não tem absolutamente nenhum propósito senão nos fazer sorrir. A música é perturbadora, a letra é hilária.

Mindless Self Indulgence ‎- (2008) You'll Rebel To Anything:

01 Shut Me Up
02 Stupid MF
03 Straight To Video
04 What Do They Know?
05 2 Hookers And An Eightball
06 Prom
07 Bullshit
08 Tom Sawyer
09 1989
10 You'll Rebel To Anything (As Long As It's Not Challenging)
11 Mic Commander
12 La Di Da Di
13 Make Me Cum
14 Wack!

Deguste um fluxo (faixa Shut Me Up):



Visite a página do artista: Mindless Self Indulgence

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Fatboy Slim - (2004) Palookaville


Palookaville, o quarto álbum do Fatboy Slim, foi construído com precisão para as paradas comercializantes da música eletrônica pós anos 2000. Aqui, ele é apoiado pelo rock alternativo para dar um sustento mais agradável ao manifesto big-beat que andou perdendo terreno para as modas atualizadas da eletronicidade. Mas, em 2004, o DJ Norman Cook volta com coisas bem diferentes das suas experimentações noventistas. Palookaville não é nada parecido com o que ele já fez antes. Não há batidas techno pesadas e isso não te levará às pistas de dança. Norman Cook adquiriu um novo interesse em hip-hop, funk, soul e R&B. Se você está procurando um álbum de dança, não procure aqui. Embora haja algumas influências de dança e algumas batidas techno, este não é um álbum techno. Norman Cook mudou completamente sua música, fundindo hip-hop, funk, pop, soul, jazz e reggae. Em alguns momentos, devaneios mais flutuantes se aconchegam em ondas brisantes e inebriantes dum trip-hop soporífero para relaxamentos descontraídos. Aqui, Fatboy Slim preferiu abraçar com intensidade audaciosa a pop music.

Fatboy Slim - (2004) Palookaville:

01 Don't Let The Man
02 Slash Dot Slash
03 Wonderful Night (Feat. Lateef)
04 Long Way From Home (Feat. Johnny Quality)
05 Put It Back Together (Feat. Damon Albarn)
06 Mi Bebe Masoquista
07 Push And Shove (Feat. Justin Robertson)
08 North West Three
09 The Journey (Feat. Lateef)
10 Jin Go Lo Ba
11 Song For Chesh
12 The Joker (Feat. Bootsy Collins)

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Fatboy Slim

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Lunatic Calm - (1997) Metropol


Cheio de chiados de extáticas televisivas e radiofônicas; barulhos esquisitos ao estilo de movimentações eletrônicas e cibernéticas de computadores ancestrais; digitalismos plásticos e industriais de máquinas numa fábrica; glicthes borbulhantes e explosivos em beats pesadões, são a composição amalgâmica do som lunático de Lunatic Calm. Cria da cena musical eletrônica britânica noventista, na linha big-break beat esquizofrênico psicodélico dum The Chemical Brothers e The Prodigy, parafraseia sua estética soturna, noturna e industrial no seu primeiro álbum, Metropol. A moda passou, mas ficou esse clássico do experimentalismo eletrônico da época. Um mix sombrio e trevoso de rock alternativo, hip-hop cyberpunk e batidas alucinantes e robóticas. Um Kraftwerk satânico e cuspindo fogo! É impossível escutar o disco e não lembrar automaticamente daquelas cenas de luta e perseguição de filmes como Matrix e Mortal Kombat. Não à toa, compuseram trilha sonora para o segundo. Música eletrônica pesada que chega a incomodar em algumas passagens tão maluquetes, distorcidas e perturbadoras.

Lunatic Calm - (1997) Metropol:

01 Fuze
02 Leave You Far Behind
03 The Sound
04 Neon Ray
05 It Evolves On Its Own
06 Choke
07 Long Shadows
08 Roll The Dice
09 Meltdown
10 Metropol
11 Punkywhitenoisething
12 Neon Reprise
13 Mortal Kombat 2 Annihilation - Saundtrek - Leave U Far Behind (V.2 Instrumental Mix)

Deguste um fluxo:



O artista não possui página oficial, portanto, apenas siga o fluxo!

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

The Prodigy - (2018) No Tourists


No Tourists é o sétimo álbum dos malucos britânicos do The Prodigy, e nos traz mais novas pedradas para um agradável bate-cabeça. Há um detalhe revelador escrito num ônibus de Londres que se esconde nas sombras na capa do álbum: Four Aces, Dalston. Esse foi o local minúsculo em que o rapper frenético Maxim, o vocalista punk anárquico Keith Flint (1969 - 2019) e o compositor sombrio Liam Howlett tocaram seu primeiro show em 1990. 28 anos depois, e No Tourists chega mais violento e temível do que nunca. O álbum não é exatamente um retorno aos primeiros dias de Prodigy, mas traz algumas faixas que referenciam toques e maneirismos de seus álbuns anteriores. O sintetizador enlouquecido de We Live Forever vem acompanhado de um vocal apavorante que lembra experimentos em Out Of Space de 1992, enquanto a linha de guitarra que pontua Light Up The Sky concorda com o rap-rock de Breathe do clássico álbum The Fat Of The Land. Isso não é nostalgia; é The Prodigy utilizando todas as armas de seu arsenal para cometer seu ataque sônico. Como sempre, simplesmente pesadããããããã...o!

The Prodigy - (2018) No Tourists:

01 Need Some1
02 Light Up The Sky
03 We Live Forever
04 No Tourists
05 Fight Fire With Fire [Feat. Ho9909]
06 Timebomb Zone
07 Champions Of London
08 Boom Boom Tap
09 Resonate
10 Give Me A Signal [Feat. Barns Courtney]

Deguste um fluxo:



Mais tribalismos! (faixa Timebomb Zone):



Visite a página do artista: The Prodigy

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Apollo 440 - (1997) Electro Glide In Blue


Apollo 440 é mais um dos grupos britânicos de música eletrônica que em 1997 viveu o auge do experimentos break-big beat. Seu segundo álbum, Electro Glide In Blue, abre com uma curta e sublime faixa instrumental, Stealth Overture, antes de lançar-se a sério no single Ain't Talkin' 'Bout Dub, amplamente construído em torno de um sample de Van Halen com algumas estruturas animadas de bateria e baixo, ao mesmo tempo icônicas e pesadonas. O disco se desenrola do jeitinho que eu gosto numa boa música eletrônica, misturando vários elementos sintéticos com organicidades instrumentais. Batidas pesadas, ágeis e quebradas ao estilo drum'n'bass; viagens psicodélicas cheias de ruídos e momentos brisantes-flutuantes ao estilo trip-hop; e muita elasticidade plástica em dobras rítmicas eletrizantes carregadas daquela ambiência industrial típica das músicas noventistas dum The Chemical Brothers e The ProdigyApollo 440 produziu um trabalho super antenado com o que bombava na cena eletrônica britânica dos anos 90, fato que é respaldado pela faixa final Raw Power, uma peça enérgica e potente para finalizar bonito.


Apollo 440 - (1997) Electro Glide In Blue:

01 Stealth Overture
02 Ain't Talkin' 'Bout Dub
03 Altamont Super-Highway Revisited
04 Electro Glide In Blue
05 Vanishing Point
06 Tears Of The Gods
07 Carrera Rapida
08 Krupa
09 White Man's Throat
10 Pain In Any Language [Feat. Stealth Sonic Orchestra & Billy MacKenzie]
11 Stealth Mass In F#M
12 Raw Power

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Apollo 440

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Belleruche - (2007) Turntable Soul Music


Belleruche é um trio londrino de electronic soul. Seu som é como uma mistura de blues e hip-hop artesanal ao encontro de Sarah Vaughan, Charlie Christian e Cut Chemist presos em uma loja de discos empoeirada com vinho e um samplerTurntable Soul Music é o seu primeiro álbum. Belleruche é composto por: Kathrin deBoer (vocais), Ricky Fabulous (guitarra) e DJ Modest (decks). O trio foi formado depois que Ricky e Modest, que tocavam toca-discos com performances de guitarra nos bares de Londres, encontraram um dia Kathrin no mercado. Ela mostrou um pouco do seu talento ao par e Belleruche foi formado. O trio atraiu a atenção de luminares no cenário musical underground do Reino Unido; com a vocalista Kathrin deBoer gravando faixas com DJ Vadim e tocando com a banda ao vivo de Bonobo, e remixando faixas para gravadoras como The Elephant, Trojan & Quannum. Em um jazz soul experimentalista, o resultado é uma nostalgia estranha dum porão empoeirado, cheio dos melhores discos que você nunca ouviu falar, enquanto uma voz que não se consegue definir parafraseia melodias que você não esquecerá.

Belleruche - (2007) Turntable Soul Music:

01 Northern Girls
02 Bump
03 Reflection
04 Minor Swing
05 Balance
06 Bird Mess
07 13:6:35
08 Alice
09 The Itch
10 It'll Come
11 Bought & Sold

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Belleruche