domingo, 31 de março de 2019

Chad Smith's Bombastic Meatbats - (2010) More Meat


Acontece que o senhor Chad Smith, baterista do renomado Red Hot Chili Peppers, tem um bombástico projeto paralelo de funk-jazz-fusion chamado Chad Smith's Bombastic Meatbats, e que este projeto, não por acaso, é super do carOlho! FULLdido, meu chapa! Groove quente! Swing ardente! Chamas musicais duma fogueira capetônica cheias de balanço malandro! More Meat é a segunda bolacha dessa empreitada. Bateras fumegantes que não economizam virtuosidade para nos mostrar que as pegadas firmes de um Red Hot tem raízes mais profundas. Guitarrinhas aquáticas, melosas e meladas, derretidas em escorregadias digressões e marcações swingadas; teclados brilhantes em movimentos dedilhanescos 'só no sapatinho', tocando com carinho e colocando cada nota calculadamente na medida certa da necessidade brisante; e uma baixão, como não poderia deixar de faltar, gordo, encorpado e poderoso (imagino o Flea juntando-se a esses experimentos!). Um delicioso disco para quem gosta de viajar em virtuosidades flutuantes e cheias de pegada ora quente, ora esvoaçantes e estratosféricas.

Chad Smith's Bombastic Meatbats - (2010) More Meat:

01 Passing The Ace
02 Mountain Of Meat
03 The Gunboat Is On!
04 Shag
05 Greasy Louise
06 For Your Courtesy
07 And We All Swing The Tuna
08 Moby Dick
09 Lobster Legs
10 Shilo's Forbidden City Blues
11 Roller Girl
12 Dr. Blotter & Miss Purple (Ride In The Echoplex)

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sábado, 30 de março de 2019

Mammal Hands - (2016) Floa


Floa é uma palavra nórdica que significa 'dilúvio' ou 'fluxo'. Este é o segundo disco do trio britânico de nu-jazzMammal HandsSe você quisesse resumir o som de Mammal Hands, você poderia fazer simplesmente abrir a faixa Quiet Fire desse álbum e pronto. Até mesmo o título sugere as tensões e emoções absorvidas pela maneira como o piano constrói um fluxo minimalista combinado com uma leve percussão e um delicioso ritmo estabelecido pela bateria. A música muda com o piano liderando o ritmo até que a tensão seja liberada pelo solo de saxofone. Os padrões estéticos são mínimos, repetitivos e extremamente eficazes em combinação, apontando para uma preocupação mais moderna com a textura que tem alguns paralelos na música moderna clássica, eletrônica e ambiente. A ausência do baixo traz mais diretamente a clareza desses experimentos executados com muito sucesso. Este é um álbum cujos pontos fortes se acumulam durante todo o período de audição. É o tipo de registro em que palavras como 'elevação' e 'contemplação' dão coloridos especiais a uma performance musical de grande maturidade.

Mammal Hands - (2016) Floa:

01 Quiet Fire
02 Hillum
03 Hourglass
04 Think Anything
05 In The Treetops
06 The Eyes That Saw The Mountain
07 Kudu
08 The Falling Dream
09 Shift

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sexta-feira, 29 de março de 2019

Five Alarm Funk - (2012) Rock The Sky


Ao ouvir o álbum do Five Alarm Funk, Rock The Sky, é difícil conceber que as melodias que viajam sem falhas umas sobre as outras sejam tocadas com tal maestria por um grupo tão grande de pessoas. Mas de alguma forma, a banda faz funcionar, e este álbum, que é o quarto lançado até agora, prova que o Five Alarm Funk realmente dominou a arte do funk. Rock The Sky é uma homenagem a muitas das influências da banda, algumas das quais são mais predominantes do que outras. Acredito que antes da banda se especializar no que faz agora, essa rapaziada ouvia muito Iron Maiden, pois as referências ao grupo de metal são várias em diversas passagens com virtuosismos digressivos melódicos nas guitarras. Rock The Sky é um álbum eclético que abrange muitos estilos diferentes sem perder o som característico da Five Alarm Funk. A banda cria melodias e harmonias que se misturam e se encaixam perfeitamente para criar uma sonoridade própria. O Five Alarm Funk é uma raridade - uma banda otimista e abrangente que amplia e excede os limites da música, preservando ao mesmo tempo um som específico e original.

Five Alarm Funk - (2012) Rock The Sky:

01 Wash Your Face
02 Pyramid
03 The Critic
04 The Iron Pegasus
05 Pulp
06 Mastodon
07 Crimes Of Passion
08 Monolith

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quinta-feira, 28 de março de 2019

Fusik - (2010) Hot Skillet


Banda estadunidense de soul-funk psicodélico e brisante, é o Fusik. Tem como influências para a composição de seu caldeirão sonoro, os seguintes supimpas artistas: James Brown, Booker T And The MG's, The Meters, Santana e The Talking  Heads. Com base nessas influências, Fusik produz uma musicalidade bem eclética e experimental. Seus trabalhos são sóbrios, simples e objetivos, ao mesmo tempo em que tempera-os experimentalmente com viagens psicodélicas, contemplações esvoaçantes e introspecções meditativas. O groove potente, o balanço gostoso e o molejo danado são ingredientes importantes na panela do cozimento de Hot Skilleto segundo trabalho do grupo. Esses típicos componentes estéticos dum bom soul-funk mesclam-se peremptórios a bombástica energia do rock setentista, criando uma atmosfera cinematográfica de trilhas blaxploitation e alucinantes cenas de perseguições automotivas. A bolacha possui doze faixas onde cada uma é mais pirada e saborosa do que a outra. Temos aqui um bom prato musical para esta noite. Então, sem demora, caia no groove, malandro!

Fusik - (2010) Hot Skillet:

01 Canyon
02 Rudy
03 Double B
04 Bueno
05 Savage
06 OpenCor
07 Green Lite
08 Ghost
09 Wham
10 Grind
11 Stomp
12 FUSIK For The BBoys Pt. II (Bonus Track)

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quarta-feira, 27 de março de 2019

Special Providence - (2008) Labyrinth


Eis mais uma vez por estas bandas o quarteto instrumental Special Providence. Sua música está na encruzilhada do jazz e do rock progressivo, além da eletrônica, temperada com nuances metaleiras moderadamente picantes. A partir de 2004, o Special Providence rapidamente ganhou credibilidade no experimento de rock virtuosístico. Eles foram aplaudidos pelos espectadores de festivais na Europa continental, nas ilhas britânicas e escandinavas, e na América do Norte e do SulLabyrinth, a segunda bolacha do grupo, traz mais tempero delicioso para uma empreitada de sucesso. Estamos num território selvagem, ao qual apenas um temerário raro se arrisca a pisar. Particularmente, já virei fã da banda. Técnica performática de alta qualidade; composições sofisticadas com beleza e requinte; e lirismo melódico casado com porradaria metaleira e maneirismos jazzísticos. Sumarizando: uma aventura sonora fascinante, empreendida por músicos inteligentes. Recomendo a uma ampla gama de amantes da música como uma ferramenta patenteada para o prazer estético.

Special Providence - (2008) Labyrinth:

01 Labyrinth
02 Deep Smile
03 Nitro-Gain
04 Green Sun
05 Dog Power
06 Sajkoo
07 Reptile
08 Free Entry Into Your Heart
09 Nitro Hi-Gain

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terça-feira, 26 de março de 2019

Spaced Out - (2008) Evolution


Spaced Out é a ideia do baixista e compositor Antoine Fafard. Ele formou a banda em 1998, recrutando Martin Maheux para a bateria, Mathieu Bouchard para a guitarra e Eric St-Jean para os teclados. O grupo começou a produzir o seu rock progressivo inspirado e influenciado pelo jazz, enquanto experimentava uma variedade de estilos musicais ao longo do caminho. No ano de 2000, a Unicorn Records lançou a estréia auto-intitulada da banda Spaced Out. Após este álbum, Bouchard deixou o grupo e foi substituído por Louis Côté. Em 2001, o álbum Eponymus II foi lançado trazendo um som mais progressivo comparado ao CD anterior; permitindo espaço para experiências musicais e exploração. Em junho de 2002, a Spaced Out participou do prestigioso North East Art Rock Festival (NEARfest) em Trenton NJ, apresentando-se para um público de 1850 pessoas. O desempenho da banda foi recebido com grande entusiasmo, elevando a popularidade do Spaced Out a outro nível. Depois ainda lançaram Slow Gin (2003) e Unstable Matter (2006). Evolution é o quinto álbum da banda.

Spaced Out - (2008) Evolution:

01 Biomechanic I
02 Fun Key
03 Power Struggle
04 Octavium
05 Nemesis
06 Biomechanic II
07 Furax II
08 Replication Junction
09 Polymorph

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segunda-feira, 25 de março de 2019

The Motet - (2000) Breathe


Em seu trabalho de estreia intitulado Breathe, a excelente banda estadunidense The Motet, trouxe uma virtuosística experiência eclética de sonoridades que combinam perfeitamente com o ambiente deste humilde blog aqui. Buscaram inspiração em diversos elementos da música folclórica tradicional do oeste da África, de Cuba e dos subúrbios de New Orleans. Improvisações jazzísticas mesclam-se com exuberância aos estonteantes grooves malemolentes do funk, e ainda são temperados com navegantes solos de guitarra ao estilo blues. O colorido sonoro aqui é dosado num equilíbrio sóbrio e orgânico, e cada parte experimental entra e sai num fluxo de espontânea naturalidade. Cantos africanos e muita batucada dialogam com funk e trejeitos espiralados dum rock progressivo; ritmos calientes esquentam o ambiente ao dançarem com harmonia em digressões melódicas dum jazz técnico e preciso. Este trabalho ainda tem a característica de elencar com suavidade e destreza, alternâncias rítmicas que ora te levam para espaços de dança e molejo, ora te levam para contemplações flutuantes de performances hipnóticas. Pura técnica!

The Motet - (2000) Breathe:

01 Belly
02 What's Mine Is George's
03 Osain
04 Obatala
05 Sunu
06 Scram
07 Ulysses' Falcon
08 Nachez
09 Jiti
10 Hiatus
11 Freedom Jazz Dance
12 Togi's Day Out
13 Unlisted

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sábado, 23 de março de 2019

Tauk - (2014) Collisions


A bolachinha aqui é um rock progressivo misturado habilmente com um excelente jazz-fusion. Rock progressivo e jazz-fusion, já sabemos, caminham deliciosamente sempre juntinhos. Tauk é uma banda estadunidense, e cada disco seu é o desdobramento da exuberante técnica virtuosística de cada integrante. Assim como outras bandas do mesmo estilo, esses camaradas adoram se apresentar ao vivo e lançam milhares de álbuns registrando suas empreitadas performáticas. Collisions é o segundo trabalho do grupo, e nele o refinamento estético está ainda mais soberbo e elegante, com um polimento cristalino na produção que deixa cada nota numa claridade límpida, brilhante e extasiante. Tudo está plenamente identificável e em destaque. Collisions é um título interessante para o trabalho, pois as linhas melódicas vão fluindo quase que independentemente uma das outras formando caminhos díspares que juntam-se depois em harmonias repletas de beleza e originalidade. Collisions conseguiu ser um deslumbrante sucessor para o seu também excelente Homunculus. Tchau!

Tauk - (2014) Collisions:

01 Friction
02 Sweet Revenge
03 Mokuba
04 On Guard
05 Mindshift
06 A Series Of Choices
07 Tumbler
08 The Drop
09 Dusty Jacket
10 Collateral

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quinta-feira, 21 de março de 2019

MediaBanda - (2017) Bombas En El Aire


MediaBanda é uma bacaníssima banda chilena de avant-garde jazz-progressive rock. Música de alta qualidade, madura, inteligente e divertida. Nem me lembro como conheci essa banda, só me lembro de pensar que isso deveria vir para este blogBombas En El Aire é o quarto álbum do grupo. Desdobramentos sutis e refinados, com calma e elegância, estruturam-se engenhosamente em melodias cheias de improviso e virtuosidade, numa técnica precisa que mescla sem pudores o rock, o jazz e elementos groovados do funk. Há momentos que de uma forma bem tênue temos relances da musicalidade brasileira ao estilo Hermeto Pascoal. A banda conseguiu misturar e dosar muito bem cada elemento estilístico apresentado; tudo encaixado com destreza efetiva-se num resultado de beleza e força cheios de atitude. Como é característico nos grupos desse estilo, aqui encontramos aquelas digressões espiraladas de melodias malucas ultra brisantes e surreais, e também aquelas corajosas quebras de ritmos que desenham caminhos birutas e brumosos no meio da música. Pode dar o play que o negócio é bem chapado!

MediaBanda - (2017) Bombas En El Aire:

01 Me Enteré Por Facebook
02 Bombas En El Aire
03 El Sofá
04 Mi Ego Me Odia
05 Perfectible
06 Deterioro Plausible De Los Íconos Erróneos
07 Wikistán
08 MediaBanda

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quarta-feira, 20 de março de 2019

Morglbl ‎- (2009) Jazz For The Deaf


Os caras estão ativos desde os anos 90. Trata-se de um rock progressivo excelentemente charmoso, muito original e de uma expressividade bem excêntrica. Há na música do grupo um experimentalismo bem encaixado, com várias passagens malucas adequadamente estruturadas. É o som da banda francesa Morglbl. Múltiplos desdobramentos em jazz-fusion, caricaturizações circenses, pesos guitarrísticos metaleiros, muita técnica e beleza virtuosística. Colagens estupendas, solos assombrosos, e uma atitude punk! Esses camaradas costumam conduzir tudo com muita calma e requinte, e de repente, umas guitarras pesadonas aparecem e transformam todo o espaço sonoro num pogo de headbanger. Há uma sublime ironia e sarcasmo destilada na musicalidade dessa turma. Fazem umas combinações tão inusitadas nas estruturas de suas composições, que é quase inevitável não soltar um leve sorriso de canto de boca ao ouvi-las. É um sorriso de prazer ao sacar a inteligência e o refinamento de quem faz música com sabedoria. Jazz For The Deaf é o quarto álbum da banda.

Morglbl ‎- (2009) Jazz For The Deaf:

01 Mörglbl Circus
02 22 Oz
03 Borderline
04 Myspacebook
05 Stoner De Brest
06 The Bleach Boy
07 The Monster Within Me
08 Jazz For Deaf People
09 Point d'Org
10 Hell's Balls
11 Untold Stories
12 My Little Man

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