domingo, 30 de setembro de 2018

And So I Watch You From Afar ‎- (2017) The Endless Shimmering


A banda de rock instrumental mais maravilhosa da atualidade! Todos os seus discos lançados até o momento são saborosíssimos. Uma banda divertida, com belíssimas composições, com técnica e virtuosidade para dar e vender, e sempre muito criativa e original. And So I Watch You From Afar é um quarteto instrumental post rock de Belfast, Irlanda do Norte. A banda é formada por Rory Friers e Tony Wright nas guitarras, Johnny Adger no baixo e Chris Wee na bateria. The Endless Shimmering é o seu mais estupendo e recente álbum de estúdio; o quinto de uma trajetória artística que promete muitas outras coisas lindas ainda. Até agora, para mim, esses camaradas não erraram a mão; só lançaram bolachas suculentas! Em The Endless Shimmering encontra-se o essencial da banda feito com precisão técnica e evidentemente com muito carinho em todo o acabamento da produção. Com sobriedade, trouxeram um trabalho de post math rock mais centrado em linhas estruturais introspectivas-contemplativas, e ainda sim, com força, poder e elegância performáticas. E assim fechamos o mês com essa suculência. Até mais!

And So I Watch You From Afar ‎- (2017) The Endless Shimmering:

01 Three Triangles
02 A Slow Unfolding Of Wings
03 Terrors Of Pleasure
04 Dying Giants
05 All I Need Is Space
06 The Endless Shimmering
07 I'll Share A Life
08 Mullally
09 Chrysalism

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: And So I Watch You From Afar

sábado, 29 de setembro de 2018

Battles - (2015) La Di Da Di


Battles é uma experiência estética fora do comum. Não falo lá de algo extraordinário, no entanto, de uma sonoridade atípica e extasiante que nos proporciona minutos gostosos de curtição. Pode crer que em cada álbum deles você terá combinações arquitetadas com plena criatividade e coloridos surrealísticos. É aquele math rock temperado de experimentalismo policromático e doidão. Rock com elementos eletrônicos e pirações orgânicas que busca síntese em dissonâncias malabarísticas de sintetizadores robóticos e guitarras minimalistas turbinadas de pedaleiras de efeitos. La Di Da Di é o terceiro trabalho do trio; e demorei para postá-lo por aqui, pois foi lançado em 2015. Aquela exploração inteligente das linhas melódicas progressivas ainda está aqui com grande excelência e dinamismo técnico; tudo harmonizado com as mutabilidades plásticas dos efeitos eletrônicos. O bom humor e a descontração são também ainda muito vibrantes numa música que brinca feliz em performances sem qualquer pretensão normativa estrutural, e percebemos o fluxo livre e ininterrupto duma música sem amarras. Show!

Battles - (2015) La Di Da Di:

01 The Yabba
02 Dot Net
03 FF Bada
04 Summer Simmer
05 Cacio E Pepe
06 Non-Violence
07 Dot Com
08 Tyne Wear
09 Tricentennial
10 Megatouch
11 Flora > Fauna
12 Luu Le

Deguste um fluxo (faixa The Yabba):



Visite a página do artista: Battles

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Vasudeva - (2017) No Clearance


Chegando ao finalzinho de mais um mês porreta de trabalho e labuta resistente, todo mundo deseja um pouco de relaxamento e sossego. As coisas não estão fáceis para nós cidadãos de bem, não é?! Pois é. Então, vamos ao inebriamento extático de novos encantamentos sonoros. Viajemos na fruição deleitosa do segundo álbum de estúdio do trio estadunidense de math-post rock, Vasudeva, intitulado No Clearance. Veja que bela capa de disco esses camaradas nos trouxeram. Uma bela fotografia minimalista com ótimas cores e iluminação, e nela, certamente, uma referência metafórica ao sentido de elevação e ascensão de sua própria musicalidade. Não à toa a banda tem o nome de Vasudeva. No Clearence é um trabalho volátil e rarefeito, etéreo e ligeiramente espectral. Não poderíamos esperar algo diferente dum post rock. Numa produção e acabamento primorosos, o trio nos apresenta uma música cristalina e brilhante, onde cada instrumento reverbera sua iluminação fônica com nitidez preciosística e beleza angelical. Eis um rock do futuro que funde a habilidade técnica com a transcendência metafísica.  

Vasudeva - (2017) No Clearance:

01 Intro
02 Take Away
03 Chase
04 Doner
05 Slow Boy
06 Turnstile
07 Rough Tape
08 Goner
09 6&5
10 Cspan
11 Katy

Deguste um fluxo:



Um pouquinho de elevação no Audiotree Live Session (faixa Chase):



Visite a página do artista: Vasudeva

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

LITE - (2016) Cubic


Eis um convite para adentrarmos em espaços interiores labirínticos cheios de imagens oníricas e esvoaçantes. Um disco todo de contemplações e flutuações matemáticas e espiraladas. Mais uma vez aqui no Santería, trago o excelente grupo japonês de math-rock, LITE. Cubic é o quinto álbum do grupo. Já disse várias vezes que esses camaradas japoneses não brincam em serviço e que conseguem ser maravilhosos em quase tudo quem metem a mão. Neste seu mais recente trabalho encontramos tudo aquilo que sempre foi muito bem arquitetado pela banda anteriormente: linhas estruturais delicadas bem delineadas, hipnotizantes e viajantes; sensibilidade em cada nota dedilhada que desenha paisagens introspectivas; temas progressivos-digressivos dão impressões de movimentos ascensionais e atmosféricos; e o flerte com o ambient music que aprofunda a dinâmica pacificadora de nosso silêncio interior. É um disco sincero e despretensioso que concentra sua energia em colocações rítmicas certeiras e em experimentos inteligentes sem extravagâncias.

LITE - (2016) Cubic:

01 Else
02 Balloon
03 Warp
04 Square
05 Inside The Silence
06 Angled
07 D
08 Prism
09 Black Box
10 Zero

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: LITE

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Three Trapped Tigers - (2016) Silent Earthling


Three Trapped Tigers é um power trio britânico de math rock experimental (o math rock por si só já é experimental, mas neste grupo vale salientar que ele é ainda mais experimental), e Silent Earthling é o seu terceiro trabalho. Este estilo de se tocar o rock, atualmente, é o que mais tem me agradado, e não porque eu o considere melhor do que os outros estilos, mas sim por flertar bastante com a música experimental e em grande parte ser apenas instrumental. Como eu já havia dito outras vezes, essa característica instrumental dá outras possibilidades mais aprofundadas para a expressão dos sentidos e sensações no som, puro instinto e pura intuição juntos; duvidas? Escute esse disco, cara! O Three Trapped Tigers neste álbum nos traz uma exuberante combinação de texturas eletrônicas cósmico-viajantes cheias de chiados de estática televisivo-radiofônicas em teclados sintetizados, misturados ao som do rock pesado numa batera desdobrando beats quebrados, e guitarras explorando mil possibilidades de efeitos harmônicos ao groove de timbres graves. É mó viajem!

Three Trapped Tigers - (2016) Silent Earthling:

01 Silent Earthling
02 Strebek
03 Kraken
04 Blimp
05 Engrams
06 Tekkers
07 Hemisphere
08 Rainbow Road
09 Elsewhere

Deguste um fluxo (faixa Engrams):



Visite a página do artista: Three Trapped Tigers

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

BATS - (2012) The Sleep Of Reason


Acredito que a Irlanda será uma grande exportadora de excelentes bandas de math post-rock. Os discos mais legais das bandas mais legais que costumo escutar desse gênero são da Irlanda. O grupo BATS é apenas mais uma dessas pérolas. Foi outra grande descoberta que me veio por acaso quando pesquisava coisas experimentais e instrumentais, mas BATS não é apenas instrumental, tem vocais chapadíssimos também. Inclusive, são poucas as bandas que acabo gostando dos vocais, e no entanto, neste caso, as performances vocalísticas estão em pé de igualdade com a bela virtuosidade instrumental. The Sleep Of Reason, o segundo álbum da banda, é de uma sonoridade pesada, agressiva e exótica; com diversas belezas melódicas e estruturas rítmicas bem criativas; tem uma energia contagiante, empolgante e revigoradora; sonzeira do carOlho! Os vocais são cantados normalmente, são gritados ferozmente, são raivosos como cães raivosos, e esquizofrênicos em oscilantes dramáticos frenesis. O instrumental tem pegada forte e ao mesmo tempo flutuante e viajante. Um bom disco também.

BATS - (2012) The Sleep Of Reason:

01 Emergent Properties
02 Wolfwrangler
03 Stem Cells
04 Astronomy Astrology
05 The Sleep Of Reasons
06 Heat Death
07 Creature Collecting
08 Thomas Midgley Jr.
09 Luminiferous Aether
10 The Fall Of Bees
11 Terrible Lizards

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: BATS

sábado, 22 de setembro de 2018

Giraffes? Giraffes! - (2011) Pink Magick


Apenas um guitarrista e um baterista, e a pauleira come solta. Os camaradas Ken Topham e Joseph Andreoli, da banda estadunidense Giraffes? Giraffes! de math rock ultra maluquete, transmutam transliteralmente em ondas sonoras as ideias estéticas do falecido crítico e cineasta experimentalista Jairo Ferreira: o máximo com o mínimo, ou o mais com o menos. Pink Magick é o segundo trabalho desses camaradas. Digressões mirabolantes de escalas esvoaçantes pintam coloridos quadros de notas intermináveis; solos psicodélicos e cheios de barulho chutam o pau da barraca para fazer tudo voar numa alucinante salada de melodias matemáticas; batera mortífera e corajosa, empenhada em ritmos tortos e tonitruantes, troveja quebradeiras experimentais num dinamismo improvisador ao estilo jazzístico. A sonoridade nesta produção crua, sem firulas de efeitos eletrônicos, na pureza bruta dum rock de garagem, apresenta-nos sua realidade, força e energia, em sua condição selvagem e indomável. Borbulhante experimentalismo surreal e abstrato do jeitinho que eu gosto. Animal!

Giraffes? Giraffes! - (2011) Pink Magick:

01 Es And Em And Em And Ems
02 Scorpion Bowls At The Hong Kong
03 Totally Boneless!!!
04 Werewolf Grandma With Knives (Part One - The Changeling)
05 Werewolf Grandma With Knives (Part Two - Don't Die)
06 Koscinski's Requiem For A Golden Chariot
07 Curse Of The Tooth Nightmare
08 Transparent ManInvisible Woman (80,000,000 Years Alone)
09 DRGNFKR

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Giraffes? Giraffes!

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Tacoma Narrows Bridge Disaster - (2009) Collapse


Hoje eu lhe convido a viajar mais um pouquinho com sonoridades contemplativas, expansivas e ascensionais. Música para fazer-lhe respirar profundo, acalmar a mente e alçar voos cósmicos no intra-mundo. Collapse é o primeiro disco dos londrinos do Tacoma Narrows Bridge Disater; uma banda que já consta no meu repertório de artistas favoritos. Se hoje em dia eu fosse montar uma outra banda de rock, provavelmente coisas relacionadas ao post rock instrumental seriam de minha preferência e influência. A música do Tacoma Narrows Bridge Disaster está muito próxima do tipo de coisa que perfaz constantemente meus sonhos sonoros. Para mim é uma música que de certa forma, por suas estruturas digressivas-progressivas, flutuantes e ambientais, nos proporciona momentos de um inebriamento quase espiritual onde as nossas linhas de pensamento corriqueiras ficam suspensas e rarefeitas numa nuvem de relaxamento e tranquilidade. Um som hipnótico que com muita calma e habilidade, nos conduz gentilmente para patamares mais altos duma viagem consciencial. Voe!

Tacoma Narrows Bridge Disaster - (2009) Collapse:

01 Blue Skies
02 Collapse
03 Duggah
04 0-7156 3561-1
05 Sunday
06 Seaweed
07 Winchester Pump
08 Tokyo Rose
09 Monolith
10 Twenty

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Tacoma Narrows Bridge Disaster

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Adebisi Shank - (2014) This Is The Third Album Of A Band Called Adebisi Shank


Não sei quanto a você, mas pessoas como eu, que adoram experimentalismos simples, brincalhões e cheios de energia na música, ao se defrontarem com trabalhos como o dos camaradas do Adebisi Shank, encontram um banquete dos mais formosos e excitantes. Não estou falando exatamente de um trabalho cheio de virtuosidades progressivas e malabarísticas, mas, de uma bolacha que mesmo com seus minimalistas requintes técnicos, tende a enfatizar alegria, vigor e descontração. O math rock geralmente é assim: humor ácido, técnica apurada e virilidade performática. This Is The Third Album Of A Band Called Adebisi Shank é mais uma maravilhosa expressão do exercício de se fazer música com amor. Sabe quando você faz algo porque gosta muito? É isso. Os discos do Adebisi Shank nos comunicam isto: tocamos porque gostamos pra carOlho! Neste terceiro trabalho, podemos ouvir uma continuidade do estilo apresentado em suas bolachas antecessoras, no entanto, com um acabamento mais polido nos detalhes e execuções de escalas digressivas, e dessa vez com grandes inserções eletrônicas.

Adebisi Shank - (2014) This Is The Third Album Of A Band Called Adebisi Shank:

01 World In Harmony
02 Big Unit
03 Turnaround
04 Mazel Tov
05 Thundertruth
06 Sensation
07 Chaos Emeralds
08 Voodoo Vision
09 (Trio Always)

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Adebisi Shank

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Father Figure - (2014) Heavy Meddlers


Hoje não temos um disco especificamente de math rock, embora vários elementos contidos neste trabalho nos remeta ao estilo. A banda nova-iorquina Father Figure já apareceu por aqui numa outra ocasião com o seu primeiro álbum; dê uma conferida lá nas tags. O som desses camaradas é uma beleza só de originalidade e espontaneidade. A fusão de estilos musicais virtuosísticos diversos aqui se confluem numa substância única e bem consistente. O abstracionismo do jazz, a técnica polida e performática do rock progressivo, e um lirismo melódico com brisas ora fortes, ora suaves, fluem serenos num amálgama plástico de sonoridades expansivas. Heavy Meddlers é o segundo disco do grupo, um tanto diferente de seu antecessor, entretanto, ainda trazendo muitas características originárias da personalidade da banda. As canções possuem estruturas elegantes e delineamentos vigorosos, imponência sóbria e desencadeamentos rítmicos plenos de convicção. Lindas linhas de guitarras: poéticas, evanescentes, flutuantes, e ainda sim, potentes, graves, arrebatadoras. Um grande disco!

Father Figure - (2014) Heavy Meddlers:

01 March Of The Rare Bird
02 The Fault Line
03 Bolt From The Blue
04 Schizophrenzy
05 Undercover Magister
06 Ascension
07 Malingerer
08 Constructal Law

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Father Figure

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Axes - (2014) Glory


Particularmente tornei-me um aficionado degustador de math-rock. Identifiquei-me em absoluto com este tipo de se fazer um bom rock. Junta-se simplicidade estrutural com virtuose técnica, uma atitude punk com a maturidade e sofisticação dum rock-progressivo, e experimenta-se bastante brincando despojadamente com as mais repletas possibilidades das linhas melódicas disponíveis. E quase sempre de preferência todo instrumental. Como a música consegue ser tão eloquente sem precisar de palavras! É nessa brisa que viajo hoje em dia. Os britânicos do Axes em seu segundo álbum, Glory, trazem a tona toda a qualidade objetiva desses meus comentários introdutórios. Glory é um espelho perfeito de tudo de bom que já ouvi até o momento do gênero. Tempera bem com elegância e refinamento características hardcore numa dialética de guitarras pesadas e angelicais. O essencial dum math-rock de responsabilidade é aqui transmitido com cristalina eficácia estética: é belo e rústico; técnico e objetivo; contemplativo e extrovertido ao mesmo tempo; intempestivo e planador de espaços estratosféricos. 

Axes - (2014) Glory:

01 The One
02 Glory
03 Monster
04 Real Talk
05 Junior
06 Chun Fai Pang
07 Ogygia
08 Plan Américain
09 Your Two
10 Your Three

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Axes

sábado, 15 de setembro de 2018

Jardín De La Croix - (2011) Ocean Cosmonauts


Banda de altíssima qualidade e excepcional exuberância técnica. Sim, começo já puxando o saco para valer, porque de fato, o disco que lhe apresento hoje é um daqueles que são bonitos demais da conta e muito raramente você o encontra por aí. Entretanto, como você é um leitor assíduo do Santería, não deixará de acrescentar mais este tesouro na sua coleção de novas audições. Jardín De La Croix é uma banda espanhola da cidade de Madri que faz uma sonzeira danada cheia de estilo e elegância ao misturar com virtuose e profissionalismo, o melhor do rock progressivo com o contemporâneo math rock. Lindíssimas músicas instrumentais, longas com estruturas bem compostas, com melodias digressivas audazes e refinadas, fazem parte do repertório dessa sua primeira bolacha intitulada Ocean Cosmonauts. Um trabalho vibrante e energético, e ao mesmo tempo, pincelado com sutilezas rarefeitas que harmoniza o sublime etéreo ao poder telúrico do rock pesado. É uma daquelas bolachinhas que quando você sente e entende a pegada, se envolve, se entrega e não quer parar de ouvir.

Jardín De La Croix - (2011) Ocean Cosmonauts:

01 Blacksnout Seasnail
02 Vostok
03 Island Of Atlas
04 Maelstrom
05 Challenger
06 Math Of Vortex
07 Caronte
08 Japanese Rockets

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Jardín De La Croix

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Noxious Foxes - (2013) Epochalypso


No momento não tenho mais a mínima paciência para brincar com uma banda, embora, se caso essa paciência de repente surgisse de novo, é muito provável que eu só aceitaria propostas de projetos que estivessem de acordo com o que é feito aqui nesta bolacha que lhe apresento hoje. Epochalypso é o terceiro álbum da banda de math rock estadunidense, Noxious Foxes. É aquela pegada maluca de sempre: linhas rítmicas super quebradas e alucinantes, melodias virtuosísticas em digressões progressivas, e experimentalismos estruturais cheios de improvisos. Em Epochalypso, as misturas e estonteantes combinações estéticas dançam despirocadas em espiraladas distorções e contorcionismos rítmicos-abstratos; torcem e se retorcem em variações ora harmônicas, ora cacofônicas ao estilo jazzístico avant-garde. Não é um trabalho de audição fácil para quem não está habituado a sonoridades mais experimentais, mas altamente recomendado para quem já provou e gostou daquelas lambanças performáticas frankzappatianas, e aqui com um enorme toque de rock surreal contemporâneo.

Noxious Foxes - (2013) Epochalypso:

01 The Boy George Michael Jackson Browne Note
02 Absinthe Makes The Heart Grow Fondue
03 Day By Bidet
04 Neanderthong
05 Motöcroissant
06 Hollywouldn't
07 Chasing Tail
08 Guggenhymen

Deguste um fluxo:



Visite a página do artista: Noxious Foxes

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Mutiny On The Bounty - (2015) Digital Tropics


Eis o tipo de música que mais gosto ultimamente. De preferência instrumental, criativa, eclética e abstrata. Chapada de virtuosismo técnico, experimentalista com digressões progressivas e matemáticas. Ambiental, contemplativa, plástica sem compromissos explícitos e rigorosos com um determinado estilo. Enfim, música livre. Nesse caso, muito se pode ser dito da musicalidade do Mutiny On The Bounty, banda de math-rock de Luxemburgo. As características ditas acima cabem todas aqui, e assim é a descrição exata do som da banda. Digital Tropics é o terceiro álbum do grupo e nele encontramos uma variedade excepcional de combinações melódicas e experimentos sóbrios. O disco tem uma unidade estética bem esclarecida; as bases mantêm-se sempre bem coerentes e coesas seguindo uma estrutura que dá um ar mais ou menos conceitual e um possível diálogo interfaixas. Contém músicas firmes, fortes, bem agitadas que também não perdem o seu lado reflexivo introspectivo. Temos aqui um disco de rock futurístico que conseguiu fazer um excelente casamento entre sobriedade e experimentalismo contemporâneo.

Mutiny On The Bounty - (2015) Digital Tropics:

01 Telekinesis
02 Countach
03 Dance Automaton Dance
04 Ice Ice Iceland
05 Mkl Jksn
06 Strobocop
07 Fin De Siècle
08 Ballet Mécanique
09 Ecliptic
10 Sonars

Deguste um fluxo:



Ensaio ligeiro no Small Pond Session (faixa Mkl Jksn):



Visite a página do artista: Mutiny On The Bounty

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Bearded Youth Quest - (2015) Yatta!


A grande maioria das bandas de destaque da cena math-rock são da Irlanda ou da Inglaterra. As mais legais que já escutei do gênero são de algum desses países. A galera dessas terrinhas abraçaram com carinho esse estilo de se tocar o rockBearded Youth Quest é da Inglaterra e Yatta!, seu primeiro álbum. O experimentalismo típico do estilo aqui é trabalhado com excelente técnica e controle. São muitas combinações melódicas desenroladas em linhas progressivas repletas daquela descontração sarcástica que brinca despretensiosamente com as possibilidades da estruturação musical. O math-rock sempre é uma conciliação de bom humor e virtuose técnica. O trabalho ainda traz toda a força de passagens bombásticas e explosivas, guarnecidas de uma atitude meio punk, meio indie e ainda com pinceladas eletrônicas. Privilegiando composições instrumentais, Yatta! nos apresenta uma bela compilação de experimentos inciais dinâmicos, ligeiros, rápidos e também flutuantes quando necessários. Isso me lembrou um pouco a porrada do primeiro álbum Artista Igual Pedreiro do nosso brazuca Macoco Bong.

Bearded Youth Quest - (2015) Yatta!:

01 Sports Bread
02 Stuck In The Mud
03 Banana Flip Flop
04 Percy
05 Cardboard Armour
06 Bjork Scratchings
07 Quantumplation
08 U=Nobody
09 Stone Hench
10 Dad Kisser

Deguste um fluxo:



Ensaio ligeiro no Small Pond Session (faixa Banana Flip-Flop):



Visite a página do artista: Bearded Youth Quest